Exposição criada com inteligência artificial moderniza construção da cidade

Para celebrar e homenagear a capital federal no mês de seu aniversário, a exposição Brasília, Enfim, primeira do Brasil a ter a inteligência artificial (IA) como coautora, une arte e a tecnologia. A ideia é contar a história de uma Brasília imaginária, modernista e vanguardista.

Para retratar a história da construção de Brasília, o artista Christus Nóbrega utiliza a tecnologia para representar e reunir em um mesmo cenário indígenas, mulheres como operárias da construção civil, casais homoafetivos e até o educador Paulo Freire. A obra nos apresenta a uma narrativa fictícia.

Doutor e mestre em arte contemporânea pela Universidade de Brasília (UnB), o artista refaz na exposição as próprias memórias afetivas. “É uma homenagem a Brasília que me acolheu tão bem. Minha mãe era pedagoga e vinha muito à cidade e sempre chegava em casa recheada de novidades e nos contava e descrevia magicamente uma cidade sem muros. Cresci com muitas imagens mentais do que seria Brasília. Na exposição, eu reúno todas as histórias que a minha mãe contava e passo essas histórias para essa máquina pensante (IA), recriando assim a construção de uma Brasília vanguardista”, relata Christus Nóbrega, paraibano radicado em Brasília há 18 anos.

As obras de Brasília, Enfim simulam fotografias antigas inspiradas também no projeto vanguardista que é a própria construção de Brasília. “Durante um ano, fui conversando com a inteligência artificial por meio de texto. Foi produzindo as imagens através daquilo que ela foi aprendendo durante os nossos diálogos de construção. Assim, tento resgatar um pouco desse espírito de imaginação por trás da audaciosa tentativa de conceber uma cidade do zero”, explica o artista.

Segundo o artista, a exposição nos espaços públicos estimula os brasilienses a frequentar os pontos culturais da cidade, muitas das vezes visitados apenas por turistas. “Os moradores não vão aos espaços. Somente, às vezes, nos passeios escolares, quando criança. É uma proposta para a comunidade ocupar os espaços e conhecer as obras da cidade”, completa Christus.

A mostra ocupa, até 18 de junho, os quatros espaços do Centro Cultural Três Poderes: Espaço Oscar Niemeyer, Panteão da Liberdade, Espaço Lúcio Costa e Museu Histórico de Brasília, todos eles localizados na Praça dos Três Poderes. Os equipamentos públicos, assim como o acervo, foram cedidos pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

Serviço
Brasília, Enfim
Local: Praça dos Três Poderes
Data: Até 18 de junho, de terça a sexta-feira das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 9h às 17h.

Fonte: Agência Brasília

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