Abrigo Amigo oferece companhia e segurança a mulheres em pontos de ônibus da capital





Passageiras e atendentes conversam por painel com videochamada; em emergências, iniciativa pode acionar polícia ou socorro médico



A assistente financeira Janaina Pinheiro volta para casa sempre após as 20h. No ponto da Avenida Doutor Arnaldo, na Zona Oeste da capital paulista, já presenciou furtos de celulares. “É muito difícil estar em um lugar que você não se sinta bem e não tem ninguém para te ajudar. Você olha para um lado, olha para o outro e não tem ninguém para te ajudar”, relata.

Mas esse cenário mudou a partir desta semana. O Governo de São Paulo lançou o projeto Abrigo Amigo, iniciativa que oferece companhia a mulheres que estão sozinhas à espera do transporte público. Por meio de um painel digital, elas conseguem participar de uma videochamada com uma atendente do programa.

Para iniciar a chamada, basta a passageira pressionar um botão na tela do painel digital. O equipamento tem conexão direta com uma central de atendimento, com funcionamento das 20h às 5h.

Os pontos de ônibus beneficiados contam com câmera noturna, microfone, sensor de presença e conexão à internet. A passageira e a atendente conseguem conversar olhando uma para a outra. A atendente consegue visualizar o ponto de ônibus onde a passageira está e a movimentação ao redor dela.

Assim que a atendente do Abrigo Amigo começa a conversa, ela explica que irá fazer companhia à passageira. Em situações de emergência, a atendente poderá acionar a polícia ou socorro médico.

“É bem diferente. Em lugares escuros, é bom ter alguém do seu lado. Não necessariamente de forma física”, relata a universitária Lanai Nistico Grossi, que usou o Abrigo Amigo pela primeira vez na última terça-feira (29). Quando está sozinha no ponto de ônibus, ela conta que chega a telefonar para a mãe para conversar com alguém enquanto aguarda o ônibus.

“Nós mulheres, sempre estamos em perigo. Um ponto de ônibus à noite, querendo ou não, é um perigo também. Essa videochamada vai ajudar as mulheres a se sentirem acolhidas e seguras também”, disse Lanai ao aprovar a iniciativa.

A auxiliar de serviços gerais Camila Araújo também aprovou o Abrigo Amigo. Ela deixa o trabalho somente após as 20h e pode levar mais de duas horas até chegar em casa. Quando está sozinha no ponto de ônibus e se sente com medo, ela chega a mudar o trajeto para ir de metrô. “Agora, com a iniciativa do Abrigo Amigo, não será mais necessário”, conta.

Os pontos de ônibus transformados em Abrigo Amigo se concentram no centro da capital e foram mapeados a partir das regiões classificadas como mais sensíveis para o público feminino. São áreas com menos movimento durante o período noturno, como a parada na Avenida Tiradentes próxima ao Centro Paula Souza e ao Museu de Arte Sacra.

O Abrigo Amigo também ficará disponível em um ponto em frente à Estação da Luz e nas Avenidas Rangel Pestana e Nove de Julho. Outras paradas que vão receber o serviço são as da Avenida Brigadeiro Luís Antônio e final da Avenida Ipiranga, além de pontos na Avenida Angélica.

Fonte: Governo do Estado de São Paulo

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