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Veja cinco motivos para celebrar o Dia Nacional da Imunização com a vacinação em dia

No Brasil, milhares de adultos e crianças estão em falta com a vacinação. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 2,4 milhões de crianças do país não iniciaram ou não completaram o esquema vacinal da tríplice bacteriana DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, e 1,6 milhão não receberam a primeira dose contra a pólio – os dados são referentes aos anos de 2019 a 2021.

A situação não é diferente entre os adultos. Na Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza deste ano, pouco mais de 50% da população idosa foi imunizada até o início de junho. Já a vacina DTPa, tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche), recomendada a partir da 20ª semana de gestação, registrou cobertura vacinal de apenas 46% em 2022, segundo o Datasus.

Celebrado nesta sexta (9/6), o Dia Mundial da Imunização é uma ótima oportunidade para quem precisa colocar a caderneta de vacinação em dia. A data chama atenção para a importância das vacinas, tanto para o indivíduo como para a saúde coletiva, uma vez que a imunização ainda é um dos melhores métodos para evitar doenças e infecções.

Atualmente, mais de 20 vacinas integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo que todas são aplicadas gratuitamente nas quase 40 mil salas de vacinação localizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) distribuídas por todo o país. Ao visitar o posto de saúde, é aconselhável estar munido de um documento de identificação e, se possível, da carteira de vacinação. Porém, o Ministério da Saúde reforça que a perda do documento com o histórico pessoal de imunização não é motivo para deixar de se vacinar. A recomendação da pasta é que a pessoa procure uma UBS para providenciar a segunda via do documento.

A seguir, confira cinco importantes motivos para celebrar o Dia da Imunização com uma visita ao “postinho”:

1. Garantir a proteção contra doenças importantes

Apontada como o segundo maior avanço da humanidade em termos de saúde pública – atrás apenas da ampliação da oferta de água potável –, a vacinação é a melhor estratégia para evitar infecções por vírus ou bactérias potencialmente fatais. E mesmo que uma contaminação aconteça, os imunizantes reduzem as chances de evolução para quadros graves da doença, além de diminuir o número de internações e a consequente sobrecarga do sistema de saúde. Poliomielite, tétano, coqueluche, meningite, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela, difteria, hepatite A e B, gripe, HPV e Covid-19 são algumas das doenças preveníveis por vacinação.

2. Contribuir com o aumento das coberturas vacinais

Desde 2016, o Brasil vem enfrentando uma queda generalizada nas taxas de cobertura vacinal. Aquele, inclusive, foi o último ano em que o país bateu a meta de aplicação da primeira dose da tríplice viral e da BCG nas crianças. Dois anos depois, o país já estava abaixo do índice preconizado em todas as vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – para a proteção coletiva, o recomendável é que entre 90% e 95% das crianças estejam imunizadas.

Observada em inúmeras partes do globo, a chamada “hesitação vacinal” foi nomeada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez principais ameaças à saúde da população. Outro complicador costuma ser o fato de que boa parte dos postos de saúde funcionam apenas de segunda a sexta, inibindo pessoas que trabalham em horário comercial a se vacinarem ou a levarem seus filhos – mas nem sempre isso é verdade. Na cidade de São Paulo, por exemplo, há diversas unidades de saúde que realizam a vacinação aos finais de semana e feriados, das 7h às 19h.

3. Evitar o retorno de doenças erradicadas ou que praticamente não circulam mais

O último caso de poliomielite em território nacional foi registrado em 1989. Mas, apesar de o Brasil ainda deter a certificação de eliminação da doença concedido pela OMS, especialistas têm alertado para o alto risco de uma possível volta do vírus causador da paralisia infantil. De acordo com o Ministério da Saúde, a proteção nunca esteve tão baixa: o percentual de vacinação foi de 71% em 2021, e 72% em 2022.

As razões pelas quais as pessoas escolhem não se vacinar são diversas e complexas. Por incrível que pareça, o próprio sucesso das campanhas de imunização no passado é apontado como um fenômeno a ser observado. Isso porque as gerações mais novas teriam uma falsa sensação de segurança, já que não testemunharam epidemias, sequelas e até mortes relacionadas a doenças que estão hoje controladas.

No mundo todo, a vacinação em massa permitiu a erradicação da varíola, uma queda de 73% na mortalidade por sarampo, prevenção de 35% a 63% nos casos de diarreia por rotavírus, a redução da mortalidade pelo vírus da gripe, entre outras conquistas. No Brasil, soma-se a eliminação da febre amarela urbana, o controle da difteria, da febre tifoide e da meningite tuberculosa, além de quedas expressivas nos casos de meningites bacterianas.

4. Proteger não só você, mas também quem você ama

A maioria das doenças evitáveis por vacina é transmitida de pessoa para pessoa, pelo contato com pequenas gotículas que contêm agentes infecciosos, geralmente expelidas quando o doente tosse, espirra ou até mesmo fala. Quando uma pessoa se vacina, o organismo desenvolve uma espécie de “barreira protetiva”, dificultando novas infecções por vírus e bactérias, assim como o desenvolvimento de doenças atreladas a esses microrganismos e sua disseminação. Por isso, quanto maior for o número de indivíduos imunizados, maior será a proteção de uma população.

Apesar de ser uma ação individual, a vacinação é uma estratégia coletiva, uma vez que traz benefícios aos indivíduos que, por algum motivo, não podem se vacinar – como bebês e pessoas com algum tipo de imunodeficiência.

5. Valorizar a ciência

Ao passo que o conhecimento foi vital para que o mundo pudesse controlar e superar o SARS-CoV-2, a ciência também sofreu duros golpes, principalmente com a disseminação de fake news que colocaram em xeque a segurança das vacinas. Um estudo publicado na revista Vaccine, realizado por pesquisadores da Universidade de Portsmouth entre 2019 e 2022 com cerca de mil voluntários, apontou que a cada quatro participantes, um demonstrou confiar menos nas vacinas desde 2020. De acordo com o artigo, a desconfiança aumentou principalmente entre a população mais jovem.

Antes de chegar aos braços de milhões de indivíduos, os imunizantes passaram por etapas complexas de ensaios clínicos e seguem sendo avaliados regularmente, mesmo depois de aprovados e comercializados, pela OMS e as agências reguladoras de cada país. Todas as vacinas aprovadas e disponibilizadas à população são seguras e devem ser tomadas sem medo. Partiu postinho?

Reportagem: Natasha Pinelli

Fotos: José Felipe Batista, Mateus Serrer e Renato Rodrigues/Comunicação Butantan e Museu de Saúde Pública Emílio Ribas (MUSPER)

Fonte: Governo do Estado de São Paulo

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